sábado, setembro 29, 2007

Casanova

Deixa tua porta aberta
pra que eu entre.
Guarda um espaço em teu ventre
pra que eu passeie entre teus quadris.
Pra que eu adentre teus agoras e teus aquis.

Deixa a porta aberta
pra que eu saia...
Pois o sol (tu sabes...) raia.
Deixa uma saída de emergência.
Uma fuga pra minha urgência.

Depois (só depois) fecha a porta
pra que more em ti minha ausência.

sexta-feira, setembro 28, 2007

vida seca

a moça de pele morena
com tranças nos cabelos negros
enraizadas pelos ventos do sertão
caminha descalça sobre os espinhos
à procura de fé
semente
e mel
para enterrar a judiação


quinta-feira, setembro 27, 2007

Prece torta --porque tá escuro pra escrever em linha reta *

Ah, como eu queria
ao menos, por um dia
nessa vida
não olhar pra podrião,
fugir dessa escuridão
em que meu mundo se encontra...


...e voltar a ter a fé
...e crer que há uma luz



Meus olhos estão cansados de serem forçados a enxergar no escuro
pra desviar dos obstáculos!


Eu forço a vista no escuro
pra não tropeçar em nada
e não mais perder (mais) tempo...
Mas não vejo nem réstia de luz
nesse mundo escuro...



Preciso encontrar a luz!
Nem que a mesma me cegue
--o que é provável que aconteça...


Ainda tenho a esperança...
Mas cada dia tenho menos fé...



Esperança até o moribundo tem
Mas é a fé que move o ser


Me sinto sem fé,
sem forças
pra seguir
até onde espero um dia chegar...

quarta-feira, setembro 26, 2007

Maldade em Mim

Sei que não se escolhe
Nascer bom ou ruim
Nem mesmo a idade
De ser assado ou assim
Mas é que na verdade
No meio dessa lei carmesim
Descobri que existe maldade
Tamborilando em mim
Essa tal de bondade
Disfarçada em marfim
Não passa de crueldade
Defendendo-me assim
Com fervorosa lealdade
Da realidade-estopim
Tanto na claridade
Quanto no enfim.

terça-feira, setembro 25, 2007

se

                    se for preciso
eu até rimo
amor com dor,
mas,
sol se preciso
flor.

segunda-feira, setembro 24, 2007

talking ´bout...

Minha geração envelheceu rápido.
Os cabelos brancos não combinam com a lisura das faces
pisou fundo
E se divertiu rápido demais
Minha geração envelheceu rápido
Estudamos na pressa
E comemos na pressa
E descemos os degraus de dois em dois
Emendamos um destino no outro
Os grãos de areia correndo
Feito potros
Nunca me ocorreu que não teríamos mais
O que fazer depois.
Minha geração envelheceu rápido
Nos atiramos das bordas do fim das coisas - Uns completos insanos.
Um novo fim é um novo começo
-dizíamos-
precisamos ter valor
precisamos seguir em frente
somos um bando de velhos valentes
com apenas vinte anos.

domingo, setembro 23, 2007

TARDE

Nada pode ser tão triste
quanto a hora que, ao invés de aurora,
quis se chamar crepúsculo
de um pobre dia em que se fez morada
um fervor próprio ao de alvorada.
Enquanto a tarde, em comunhão covarde
caiu, portanto, e tanto arde.

sábado, setembro 22, 2007

Conto Navegação-Labirinto

moacircaetano & czarina

Capítulo 01

Capítulo 02

Capítulo 03

Epílogo:

4.

O filho da puta do chefe gritava tanto nos meus ouvidos que precisei afastar o bocal da orelha. Não precisava ouvir, sabia o que era. Ele estava furioso porque, além de não permanecer no escritório fazendo hora-extra (não remunerada, claro), saí meia hora antes do horário normal, irritado que estava com ele e com sua esposinha vagabunda. Do barulho distante que flutuava do telefone sem fio pude distinguir as palavras merda, bosta, quem-você-pensa-que-é, abuso, incompetente, todo o rol de pérolas costumeiras do chefe. Até ouvir uma nova, que me fez colar a orelha de volta ao bocal.
Despedido.
Despedido.
Despedido.
O filho da mãe me demitiu por causa de um errinho daqueles. Num último esforço, desbloqueei a garganta para dizer: “Entendo. Passe bem, Dr. César”; e ouvir que ele me achava um merda e nunca mais queria ver minha cara, enquanto sentia mais um ataque de fúria baixando e toldando minha vista. Telefonei para Suzana, simpático, como se tudo estivesse normal. Disse que consegui me livrar do galhudo mais cedo e que já estava a caminho. Ele deveria sair da firma em uns 25 minutos.
Bati com força a porta do carro e enquanto cruzava os dois ou três bairros que me separavam dela eu só conseguia pensar naquele estúpido furúnculo que ela tinha como marido e que se a última coisa que ele queria ver era minha cara, então eu o receberia dentro de sua própria casa, com as duas faces da minha bunda branca indo e vindo entre as pernas daquela piranha, com ela gritando meu nome mais alto que jamais gritará o dele, só para o caso do filho da puta não reconhecer as minhas nádegas.
Corta. Interrompe a cena.
Enquanto meu pau entrava e saia daquele rabo enorme, imagens aleatórias iam e vinham por minha mente. O cabelo engomado do Dr. César, a secretária que me olhava a cada dia com desprezo, o salário que mal dava pro aluguel e pro supermercado, os serões obrigatórios, a borra no café insosso...
Enfiei meu pau ainda com mais força, querendo castigar a putinha por cada um dos meus miseráveis dias. Ela não se importou. Ao contrário, gritou ainda mais. “Enfia, Moura, enfia mais, caralho!”. E ouvi a porta do quarto se abrir atrás de mim. Nesse momento o filme se acelera. E tudo acontece numa velocidade impressionante. Não existem detalhes, apenas borrões. E enquanto uma bala explodia na cabeça de Suzana, minha mão trêmula já disparava dois balaços no cu do Ilustríssimo Dr. César. Ele com certeza não morreria, mas se lembraria de mim pro resto dos seus dias. Cada vez que desse uma cagada.
Depois, tudo o que já se sabe.
Agora, só me restava escolher o destino: Mato Grosso ou Acre?

sexta-feira, setembro 21, 2007

:: aviso ::

aqui no meu jardim,
de coloridos sentimentos,
há uma placa que diz:
cuidado, não pise em mim.

quinta-feira, setembro 20, 2007

Fraco

Às vezes,
tenho a impressão de que
meus poemas
são bem mais fortes
que eu...

quarta-feira, setembro 19, 2007

Brincadeira Com O Fogo

De novo!
a brincadeira com o fogo
que faz arder no meu peito
a vontade louca de sentir
o desejo em brasas de viver
o juízo insano do prazer
Aquela chama clara do incerto
que queima tudo por perto
remoendo tudo lá dentro
fazendo a ilusão parecer
uma grande e intensa diversão
Lembro uma menina
decorada com cicatrizes
assim, antigas atrizes
cantando velhas cantigas
desses atos de calor
nesse profundo sabor
salpicado pelas cores
inspiradas no amor
Só pra receber os aplausos
do cúmplice das minhas dores
no final do espetáculo
E tão rápida quanto a flama
a cortina de fecha, afinal
e a vida (re)volta ao normal...

(2 de novembro, 2005)

segunda-feira, setembro 17, 2007

economia

.
.
.
.
a conta está alta
standby também gasta energia
então
é bye pra vc!
understand?

domingo, setembro 16, 2007

QUE SONHO

.
.
Que sonho fui, sou, serei?

As lembranças a que me exponho
nebulosas aqui acordei.

As dores que enfadonho
são meus olhos, meus modos, sei.

E a frustração que já proponho
que não se explica porque criei...

Que sonho mais, dou, parei?
.
.

sábado, setembro 15, 2007

Nenzinha

A incrível arte de (não) consolar as pessoas

Por mim , mas já que vocês não me conhecem me chamo Eloísa .


Já reparou nas coisas que as pessoas falam pra consolar quando você está chorando? Obviamente não , porque você está absorta demais, tão imersa no seu universo de dor que não presta atenção . Ainda bem. Porque se você prestasse atenção teria motivos plausíveis para chorar muito mais. Não questiono a intenção dos amigos , ou familiares... Que naturalmente são nobres; apenas creio que, na maioria das vezes, em momentos difíceis eles perdem uma grande oportunidade de ficar em silêncio.



Num belo dia de sol você acorda sem vontade de cantar uma bela canção, pois seu namorado (tá... seu EX namorado) passou por você de mãos dadas com outra menina. Ou porque aquele cara por quem você é loucamente apaixonada, e move céus e terras, simplesmente não se importa com seus sentimentos. Aí você chora... Chora porque não importa o quanto você se importe, certas pessoas nunca se importarão . Chora porque você sabe que ele teve motivos notáveis pra terminar o relacionamento com você, e por mais que você saiba disso e tenha um enorme carinho e respeito por ele - e até ache que aquela menina pode fazê-lo mais feliz que você - sente falta até dos calos nas mãos dele. Chora porque vê seu mundo desmoronar (de novo) mas dessa vez ele não está lá pra te abraçar, manso como só ele e dizer que tudo bem. Que ele entende, que acontece com todo mundo, e que por mais ruim que pareça vai dar tudo certo, e que mesmo se não der, ele vai estar ali . Você procura exílio, um alívio qualquer tentando conversar com alguém... Huge mistake. Sua mãe diz: Imagina uma menina tão bonita como você! Seu pai fala: Manda esse merda pra puta que pariu. Sua avó aconselha: Vai ocupar a cabeça. E as amigas dizem : Esquece isso ! Ele não te merece, vamos pra balada. Não fica assim. Pára de chorar .
Será que já ocorreu a alguma dessas pessoas que você talvez não se importe (pelo menos naquele exato instante) no quão bonita você é ou não? Será que alguém já pensou que você não acha ele um merda e evidentemente não quer mandá-lo pra lugar nenhum, muito menos pra longe de você? Será que já ocorreu a elas o fato de que você não está com cabeça pra se ocupar , que a questão do merecimento não está de fato em questão e que você não está “assim” porque quer ou deu vontade? Será que algumas delas se lembrou de que chorar é algo inevitável em certas situações, quando não há mais nada a ser feito ?
Aí você levanta , sacode a poeira (mentira , você enfia ela debaixo do tapete), põe um sorriso (que é como uma muda que não criou raiz) no rosto, um scarpin, uma mini saia, sai e ri pra todo mundo , até pra ele se encontrá-lo com a tal garota. Ótimo... Todo mundo te adora , você é cheia de amigos, não sabe qual festa escolher no final de semana .
MAS ninguém sabe que seu travesseiro fica encharcado de lágrimas toda noite. E a impressão de que ninguém quer saber permanece e cresce a cada segundo . Você tenta ser mais sincera com alguém e acaba por escutar que você está sempre down. Sua terapeuta diz que acabou, acabou , e que você deve seguir em frente. Será que alguém já pensou que a gente talvez não fique triste por que quer? Que seguir em frente não é fácil e que a dor de amor pode parecer boba e abstrata mas é bem mais real do que qualquer cólica de rim?
E enfim diante do famigerado discurso: “Você é tão bonita , tão inteligente. Você tem família enquanto tem gente por ai que nem tem o que comer...”
Você compreende que o “cada um por si” é válido mesmo entre amigos e família. E começa a confiar somente no que pode carregar sobre suas próprias pernas até quando elas agüentarem...
Aí você sai, se ri e sorri pra todos com esses olhos. Esses olhos amendoados que alguém um dia tanto amou... e que agora troca olhares com outros olhos. Olhos que mentem dia e noite a dor de cada um.




***************************



A Eloisa é a minha querida vagalumezinha... Menina-fantasia, dona de milhares de fogos e luzes... Dona de asas que insistem em voar, mesmo quando o mundo diz que não. E a única mulher nesse mundo que me deu uma flor (ainda que ventos tenham levado embora... a flor, não a Eloísa... rs...)

Ela escreve (embora tenha escrito menos... rs...) coisas que fazem cócegas em meu coração, e que me fazem voltar a um tempo onde tudo era fácil e belo... Menina inesperada e bela!

sexta-feira, setembro 14, 2007

3 do mesmo

Como é difícil escolher apenas um poema do meu convidado! Sou fã dele, desde o nome do seu blog aos belos poemas que me trazem reflexão e muita admiração, pois ele sabe ser natural, poético e conciso. Então, aproveitando o post do Jefferson e os três poemas, deixo aqui três do querido Wilson Guanais.


Confuso

dói tanto
ainda
não sei
se

ele
(o dente)
ou eu

quem
foi
extraído
de quem.
----------------

Súbito

no
fim
do túnel
uma
luz

acesa
na
escuridão
que
sou

----------------
Sintonia

o poeta
às vezes deixa
o Poema
escrever-se

o Poema
às vezes deixa
o poeta
escrevê-lo.


Wilson Guanais
Mais aqui: Cemitério de Navios

----------------

ps.1: Wilson mantém um santuário de poesia e prosa aqui.
ps.2: Nosso blog tem uma comunidade no Orkut e acho que precisamos movimentá-la! Quem quiser participar será muito bem-vindo. :)
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=17309944

quinta-feira, setembro 13, 2007

3 em 1

Gente!

Hoje, eu decidi fazer diferente: vou prestigiar 3 amigos-poetas em 1 único dia!
Isso mesmo! 3 num só dia!
Convidei 3 pessoas de quem gosto muito e cujos escritos aprecio sempre!

Lá vai:



O dia amanheceu calado.
estava sol, mas estava frio.
eu, doído.
não sabia mais o que fazia.
se era álcool ou solidão,
por onde eu ia...
por onde iam as desculpas para se ficar,
para se ficar um pouco mais que fosse,
qualquer mais que fosse.
Me lembro, havia espelhos.
Havia eu.
E eu fugia.
Fugia por esquinas,
me seguiam, refletiam.

O dia doía.
estava frio, mas estava sol.
e eu, amanheci calado.



O PÃO NOSSO

meu homem querido
vem logo encontrar-me
recebe a homenagem
que aprumo-te à ceia
melíflua, vermelha
com a boca molhada
num molho de amoras

do amâgo afaga
meu seio, minh'alma
inteiro somente
não mente, não morre
apenas me sente
e seja-me tudo
que possamos ser

amantes, poentes
senhores, serpentes
segredo, sagrado
favor, não comente
amor, me consome
sem medo essa noite

me entrega tua fome
me crava teu nome
e seja pra sempre
o meu comensal

amém



Impressão Minha

Foi impressão minha ou você realmente amolou-se?
Foi só impressão minha ou fizeste certo esforço para não dizer palavras severas?
Foi impressão minha ou o silêncio que verberava era castigo por um erro ignóbil?
Talvez fosse o reflexo de uma atitude desnorteada ou quem sabe sofrimento contido, escondido e refletido na escuridão que se fazia.
Foi só impressão minha ou a quebra desse silêncio tratava-se de pura formalidade que essa maioridade nos impõe?

Minhas impressões não importam
pois o que vejo não muda os fatos,
mas se os relatos desse entrementes
apenas acentuam , eu me retrato por tal dano.

Não existe vilão e mocinho nessa vida real,
só há seres falhos e sedentos de perfeição
todos vitimas.
Nem heróis nem vilões.
E lamentar-se não dará resultados...
Esperar talvez.





E aí? Qual vocês preferem?

quarta-feira, setembro 12, 2007

ato findo

ato findo o amor
é um longo e extenuante abraço
casulo vazio de vida
como as borbulhas em vão
de um afogado que se enreda em algas
e ninguém vê
e ninguém pode imaginar
que há beleza em se esvair
em se deixar levar

___________________________________

Meu convidado, Carlos Henrique Leiros ,
de uma intensidade inebriante...

terça-feira, setembro 11, 2007

Quadradismo

Com quatro cantos
sou quadrado.
Sigo uma ordem:
faço quadrados,
Tudo quadrado!
Sou parnasiano,
Um filho da puta de um parnasiano.
E como odeio parnasianos!




Meus queridos leitores e companheiros de letras, é com prazer e alegria que hoje vos trago aqui a poesia de Alex Pinheiro. Dono de um estilo cativante, desses que nos faz ir ao seu blog sempre, no afã de novidades; ele se auto define “poeta, ensaísta, fingidor, arrogante, calculista...”; e eu, particularmente, gosto muito de sua acidez, do senso crítico aguçado, da versatilidade, enfim, tudo bem feito e sem perder o lirismo, o fio da poesia. Quero destacar, também, o vídeo-poema “Presente”, uma jóia rara que deve ser vista/sentida por todos.

Alex está aqui: http://invento0.blogspot.com/


domingo, setembro 09, 2007

Restos

o gato na cama
me reclama
como pode
me morde
a orelha
e saboreia
o fato raro
daquele espaço:
sou rato:
rôo ruidosamente o que calo

Lucas Nicolato


Meu convidado dessa semana é o escritor e amigo Lucas Nicolato. Daqueles felizes encontros da vida real, em nossa primeira mesa de bar estávamos lá um lendo o original do livro do outro. O dele excelente, por sinal. Quando for lançado, eu aviso. Sua poesia tem a força de conteúdo e a concisão que muito me agradam. Conheçam mais aqui:

Fragilidade

sábado, setembro 08, 2007

quinta-feira, setembro 06, 2007

Alzheimer*

Eu não posso esquecer
Tenho mil coisas pra fazer
e algumas dessas coisas
certamente
eu terei que adiar
Mas não posso ignorar,
simplesmente
deisar pra lá
Preciso me lembrar
Tenho que avisar minha mãe
que eu tô bem,
inteiro,
vivo
(Droga! Cadê o maldito número?
Não o encontro em parte alguma
da minha mente...)
Não posso esquecer
de pedir perdão pro cara
que não me olha mais na cara
por conta de algo que lhe fiz
(Também preciso me lembrar
o que foi que eu fiz...)
Preciso me lembrar
das pessoas que amo,
de dizer isso a elas,
ou, ao menos, mostrar isso...
(Mas... Como se faz isso?
Já nem sei mais...
Esqueci!)
Preciso me lembrar
Não posso me esquecer
O que eu ia, mesmo, fazer?
E quem é você?

quarta-feira, setembro 05, 2007

Sou país sem fronteiras
Em minha incompletude
Amistosa e enfurecida
Abrigo de incansáveis dores
Nos vestígios de emoção
Vindas de todas as épocas
Sou pátria de mim
De particulares maneiras
Sou área independente
Curiosa e calejada
Comunhão dos amores
Sou território em questão
Porto de idas e trocas
Pelo não e pelo sim
Nascente de clareiras
À procura de liberdade
Sou região temperada
Sou extensão das cores
Acompanhante da solidão
Sou zona das livres barcas
Até o meu inevitável fim...

terça-feira, setembro 04, 2007

domingo, setembro 02, 2007

RASCUNHADO

Às vezes um pensamento vem bom,
como sino na brisa.
E o lápis, pronto, e o poema
(versão um).

Outras tantas é o branco do papel que chega
à mente sur ton.
E me sujo a rascunhar pensamentos
(menores versos).

Mas toda origem é filha da labuta.
Seja na avidez com que se traga os dias,
seja pela intenção que ganha a vida.

O irônico da coisa é o tempo
da poesia,
que quando se faz
já é passado
(a limpo).

The Key!

Olá pessoas queridas!

Chegamos ao fim da nossa divertidíssima Semana Divertida.
A minha função hoje aqui é revelar aos senhores quem era quem durante essa semana que passou. Muitos acertaram em cheio! E outros nos proporcionaram grandes risadas. Tentamos nos esconder de qualquer forma e até fingimos ser outras cabeças, alguns casos em vão e outros com bastante sucesso.


Eis a lista tão esperada :D

Adeus, stress! por Múcio o Góes
Avant-Première por Moacir o Caetano
Pois bem por Nanna a Luana
Oxe por Aline a Alhi
Shhh... por Marina a Morena
POSFÁCIO por Leandro o Jardim
Janela Aberta por Jéfferson o Fejones


Parabéns aos palpites certeiros e por todos que somaram nessa semana tão especial.

[]’s

sábado, setembro 01, 2007

Janela aberta


Tá vendo?
A janela de casa
tá aberta!
A essa hora, a porta já não,
é verdade...
Mas agora, isso já não importa,
também...

O que importa
é que a janela tá aberta, homem!

Há uma luz,
há uma brecha,
um caminho...

Por onde eu
posso
fugir...

Ou por onde você
pode
entrar...


ya no soy más yo anymore